A Ciência dos Bastões de Corrida
Uma aplicação interativa baseada em ciência para entender como, quando e por que os bastões de corrida realmente funcionam
O Paradoxo da Energia
Esta é a descoberta mais contra-intuitiva: usar bastões não necessariamente economiza energia. Na verdade, ao recrutar os músculos superiores, o custo metabólico (consumo de oxigênio) pode até aumentar ligeiramente. O grande benefício está na drástica redução da percepção de esforço, permitindo que você sustente um ritmo mais forte por se sentir menos cansado.
O Protetor Muscular
O benefício mais significativo para ultramaratonistas. Os bastões reduzem drasticamente o dano às fibras musculares causado pelo impacto, especialmente nas descidas. Isso resulta em menos dor muscular tardia (DOMS) e uma recuperação muito mais rápida. O gráfico abaixo ilustra o nível relativo de dano muscular 24 horas após um esforço intenso.
Clique nos segmentos do gráfico
Selecione uma parte para ver como os bastões impactam a integridade muscular e a recuperação.
O Escudo Articular
Cada passo em uma descida gera uma força de impacto significativa sobre os joelhos, tornozelos e quadris. Os bastões atuam como um sistema de suspensão extra, absorvendo parte dessa carga. Estudos mostram uma redução de até 25% na força de impacto nos joelhos. Clique no botão para visualizar o efeito.
A Mudança na Biomecânica
Usar bastões não é apenas apoiar-se; é alterar fundamentalmente a forma como você se move na montanha. Eles redistribuem a carga, mudam seu padrão de passada e engajam a parte superior do corpo, transformando a corrida em um exercício de corpo inteiro e mais sustentável.
Sem Bastões
🏃
- Carga: 100% concentrada nas pernas.
- Passada: Mais curta e com maior frequência.
- Estabilidade: Dependente apenas do equilíbrio corporal.
- Propulsão: Exclusivamente dos membros inferiores.
Com Bastões
🏃🥢
- Carga: Distribuída entre pernas, tronco e braços.
- Passada: Mais longa e com menor frequência.
- Estabilidade: Aumentada com 2 pontos de apoio extras.
- Propulsão: Assistida pela força dos membros superiores.
Aplicação Prática: Quando Usar?
Os bastões não são para todas as situações. A sua eficácia depende do terreno, da distância e do seu objetivo. Selecione um cenário de prova abaixo para ver uma recomendação baseada na ciência.
Selecione um cenário para ver a análise.
Referências Bibliográficas
- Howatson, G., Hough, P., Pattison, J., Hill, J. A., Blagrove, R., Glaister, M., & Thompson, K. G. (2011). Trekking poles reduce exercise-induced muscle injury during mountain walking. Medicine & Science in Sports & Exercise, 43(1), 140-145.
- Giovanelli, N., Taboga, P., Zoppirolli, C., & Lazzer, S. (2022). Pole Walking Is Faster but Not Cheaper During Steep Uphill Walking. International Journal of Sports Physiology and Performance, 17(7), 1038-1045.
- Knight, C. A., & Caldwell, G. E. (2000). Muscular and metabolic costs of uphill backpacking: are hiking poles beneficial? Medicine & Science in Sports & Exercise, 32(12), 2093-2101.
- Bohne, M., & Abendroth-Smith, J. (2007). Effects of hiking downhill using trekking poles while carrying external loads. Medicine & Science in Sports & Exercise, 39(1), 177-183.
- Pellegrini, B., Zoppirolli, C., Bortolan, L., & Schena, F. (2020). The effects of pole use on the cost of transport and biomechanics of uphill walking under fatigued conditions. European Journal of Applied Physiology, 120(9), 2049-2059.
- Figueiredo, P., Tali, S., & Vilas-Boas, J. P. (2018). Biomechanical and physiological effects of the use of trekking poles in trail running – a systematic review. Journal of Sports Sciences, 36(14), 1635-1647.
- Schaefer, L. N., & Bregman, D. J. (2016). The effects of trekking poles on gait and ground reaction forces during downhill walking. Journal of Applied Biomechanics, 32(5), 453-458.